Como Instalar App Pelo Terminal Linux: Guia Prático Para Qualquer Distribuição

Tudo o que você precisa saber para instalar aplicações no sistema Linux.
como instalar app pelo terminal Linux

Aquela tela preta piscando. Só de ouvir a palavra “terminal”, muitos usuários que acabaram de chegar ao Linux já sentem um arrepio. Nós entendemos perfeitamente. Recebemos muitas mensagens de leitores que associam o terminal a algo complicado, “coisa de hacker” ou simplesmente desnecessário quando existe uma “loja de aplicativos” gráfica.

Entender sobre como instalar app pelo terminal Linux é sem dúvidas um processo comum que envolve usar um gerenciador de pacotes. Por exemplo, em distribuições baseadas em Debian (como o Ubuntu), você usa o comando sudo apt update seguido de sudo apt install nome-do-pacote. Isso baixa e instala o software automaticamente.

Neste post que preparamos, nós vamos desmistificar esse processo de uma vez por todas. Vamos mostrar, passo a passo, como instalar, atualizar e gerenciar aplicativos usando comandos simples. E não importa a sua distribuição (ou “distro”) — vamos cobrir os comandos para as famílias Ubuntu, Fedora, Arch e até os pacotes universais.

O que é o Terminal Linux?

como instalar app pelo terminal Linux
Foto: Google – ImageFX

Vamos começar alinhando as coisas. O terminal (ou “linha de comando”) não é um bicho-papão. Pense nele como a “sala de controle” do seu sistema operacional.

Enquanto a interface gráfica (com janelas, ícones e mouses) é como passear pelo shopping olhando vitrines, o terminal é como ligar direto para o gerente da loja e dizer: “Quero o produto X, tamanho G, na cor azul, agora”. É direto, sem intermediários e incrivelmente rápido.

Tecnicamente, o que você vê é um emulador de terminal, e o programa que interpreta seus comandos é o shell (como o Bash, o mais comum).

Mas por que nós insistimos em usá-lo?

Recebemos muito essa pergunta. Se a loja de apps (como a “Ubuntu Software”) faz o mesmo, por que complicar?

Em nossos testes diários, os motivos ficam claros:

  • Velocidade: Digitar sudo apt install vlc é muito mais rápido do que abrir a loja, esperar carregar, pesquisar por “VLC”, clicar nele, clicar em “Instalar” e digitar a senha.
  • Controle: O terminal mostra exatamente o que está acontecendo. Se houver um erro, ele diz qual é. A loja gráfica, muitas vezes, só mostra uma barra de progresso que falha misteriosamente.
  • Recursos: O terminal quase não consome memória RAM ou processamento. Lojas de apps gráficas, especialmente as baseadas em Snap ou Flatpak, podem ser bem pesadas.
  • Acesso: Muitos programas, especialmente ferramentas de sistema ou desenvolvimento, nem aparecem na loja de apps. No terminal, você tem acesso a milhares de pacotes a mais.

Quando você aprende a usar o terminal, você assume o controle real do seu sistema.

Comandos Básicos e Como Instalar App pelo Terminal Linux

Aqui está o coração da coisa. O processo de como instalar app pelo terminal Linux gira em torno de um conceito central: Gerenciadores de Pacotes.

O que é um “Gerenciador de Pacotes”?

Pense nele como o “Google Play” ou a “App Store” do seu Linux, só que em forma de comando. É um sistema inteligente que cuida de tudo para você.

Quando você pede para instalar um app (que no Linux chamamos de “pacote”), ele:

  1. Verifica o “cardápio” (os repositórios) para encontrar o pacote.
  2. Confere se esse pacote precisa de outras ferramentas para funcionar (as dependências).
  3. Baixa e instala tudo na ordem correta.

O que é um “Repositório”?

É um grande “depósito” online, mantido pela equipe da sua distribuição (Ubuntu, Fedora, etc.). Ele armazena todos os programas testados, seguros e prontos para serem instalados no seu sistema.

O que são “Dependências”?

São outros “programinhas” ou bibliotecas que o aplicativo principal precisa para funcionar. Por exemplo, um editor de vídeo pode “depender” de bibliotecas que leem arquivos MP4. O gerenciador de pacotes, em nossa experiência, é genial por cuidar disso sozinho. Você não precisa caçar nada; ele baixa tudo que o app precisa.

O “Trio de Ouro” dos Comandos

Quase toda instalação segue este fluxo de três etapas. Vamos usar o apt (do Ubuntu) como exemplo:

  1. Atualizar o Cardápio: Você precisa dizer ao seu sistema para verificar o “depósito” (repositório) e ver se há novos programas ou atualizações.
    • sudo apt update
  2. Instalar o Pacote: Agora que o sistema sabe o que está disponível, você pede para instalar.
    • sudo apt install nome-do-pacote
  3. Remover o Pacote: Quando não quiser mais, o processo é igualmente simples.
    • sudo apt remove nome-do-pacote

O que diabos é “sudo”?

Você vai digitar muito isso. sudo é a abreviação de “Super-Usuário Faça” (SuperUser Do).

É o equivalente a “Executar como Administrador” do Windows. Como instalar programas é uma ação que mexe com o sistema, você precisa provar que tem permissão. O terminal pedirá sua senha de usuário.

Nota importante: Em nossos testes com novos usuários, percebemos uma confusão comum: a senha não aparece enquanto você digita. Isso é normal! É uma medida de segurança. Apenas digite sua senha e pressione Enter.

Instalando Apps em Diferentes Distribuições

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Foto: Google – ImageFX

O Linux não é uma empresa só; é uma comunidade. Por isso, diferentes “famílias” de distribuições usam gerenciadores de pacotes diferentes. O conceito é o mesmo, mas os comandos mudam.

Nós separamos os comandos para as famílias mais populares.

Para Ubuntu, Debian, Linux Mint (Família .deb / APT)

Essa é, talvez, a família mais popular para iniciantes. Ela usa o gerenciador APT (Advanced Package Tool).

  • Para atualizar o cardápio: sudo apt update
  • Para instalar um pacote (ex: o player VLC): sudo apt install vlc
  • Para remover um pacote: sudo apt remove vlc
  • Para procurar um pacote (se não souber o nome exato): apt search player

Nossa dica: Você talvez veja tutoriais usando apt-get. O apt-get é o comando mais antigo. Em nossa experiência, o apt é mais moderno, amigável e mostra barras de progresso melhores. Recomendamos usar sempre o apt.

Para Fedora, RHEL, CentOS Stream (Família .rpm / DNF)

Essa família, muito usada em ambientes corporativos e por desenvolvedores, usa o gerenciador DNF (Dandified YUM).

  • Para atualizar o cardápo: sudo dnf check-update
  • Para instalar um pacote (ex: o editor GIMP): sudo dnf install gimp
  • Para remover um pacote: sudo dnf remove gimp
  • Para procurar um pacote: sudo dnf search gimp

Nossa dica: O DNF é o sucessor do YUM. Se você estiver em um sistema mais antigo (como o CentOS 7), talvez precise usar yum em vez de dnf, mas os comandos são quase idênticos.

Para Arch Linux, Manjaro, EndeavourOS (Base Arch / Pacman)

A comunidade Arch é conhecida por sua velocidade e eficiência, e seu gerenciador, o Pacman, reflete isso. Os comandos são mais curtos e usam “flags” (letras com traço).

  • Para atualizar o cardápio E o sistema (faz os dois): sudo pacman -Syu
  • Para instalar um pacote (ex: o Inkscape): sudo pacman -S inkscape
  • Para remover um pacote (e suas dependências que não são mais usadas): sudo pacman -Rns inkscape
  • Para procurar um pacote: sudo pacman -Ss inkscape

Nossa dica: O Pacman é extremamente rápido. A sintaxe -Syu pode parecer estranha, mas significa Sincronizar (Sy) e Atualizar (u).

Os Formatos Universais: Snap e Flatpak

E se um app não estiver no repositório oficial da sua distro? É comum com apps proprietários como Spotify ou Discord.

Para isso, a comunidade criou formatos de pacote que funcionam em qualquer Linux. Nós usamos muito o Snap e o Flatpak.

Snap (Criado pela Canonical/Ubuntu)

Vem pré-instalado no Ubuntu. Em outras distros, talvez precise ser instalado primeiro.

  • Para instalar (ex: Spotify): sudo snap install spotify
  • Para remover: sudo snap remove spotify

Flatpak (Criado pela comunidade/Red Hat)

É o favorito de muitas distros, incluindo o Fedora e o Steam Deck. Ele usa um repositório central chamado “Flathub“.

  • Para instalar (ex: Discord): flatpak install flathub com.discordapp.Discord
  • Para remover: flatpak uninstall com.discordapp.Discord

Em nossa experiência, Snaps e Flatpaks são fantásticos, mas podem ser mais lentos para abrir pela primeira vez e ocupar mais espaço em disco.

Exemplos Práticos de Instalação

Vamos ver como isso funciona na prática?

Exemplo 1: Instalando o GIMP (Editor de Imagens) no Ubuntu

Digamos que nós acabamos de instalar o Linux Mint (base Ubuntu) e queremos um editor de imagens poderoso, similar ao Photoshop.

  1. Abrimos o terminal.
  2. Primeiro, atualizamos o cardápio: sudo apt update
  3. Não temos certeza do nome do pacote. Vamos procurar: apt search gimp
  4. O terminal mostra uma lista. Nós vemos o pacote gimp com a descrição “GNU Image Manipulation Program”. É esse mesmo.
  5. Agora, instalamos: sudo apt install gimp
  6. O terminal mostrará o que será baixado (inclusive as dependências) e perguntará [S/n] (Sim ou não). Apertamos S e Enter.
  7. Pronto! Em alguns minutos, podemos ir ao menu gráfico e o ícone do GIMP estará lá.

Exemplo 2: Instalando o ‘htop’ (Ferramenta de Sistema) no Fedora

Isso mostra o poder do terminal. O htop é um monitor de sistema avançado, muito melhor que o padrão. Ele não costuma vir na loja de apps.

  1. Abrimos o terminal no Fedora.
  2. Vamos instalar direto: sudo dnf install htop
  3. O DNF confirma e instala.
  4. Agora, no próprio terminal, digitamos htop e pressionamos Enter.
  5. A mágica acontece: o terminal se transforma em um monitor de sistema interativo e colorido. Isso é algo que uma loja gráfica não oferece.

Exemplo 3: Instalando o Spotify (Snap Universal)

O Spotify não está nos repositórios principais do Debian, por exemplo.

  1. Abrimos o terminal.
  2. Não precisamos de update para o Snap.
  3. Vamos direto ao ponto: sudo snap install spotify
  4. O Snap baixa o pacote (que já vem com todas as dependências “embutidas”) e o instala.
  5. Pronto. O ícone aparece no menu. Funcionaria igual no Ubuntu, Fedora ou Arch.

Dicas Essenciais

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Foto: Google – ImageFX

Depois de anos usando o terminal diariamente, nós aprendemos alguns truques que mudam o jogo.

  • Use o ‘Tab’ para Autocompletar: Esta é a nossa dica de ouro. Se você quer instalar o firefox, comece a digitar sudo apt install fir e aperte a tecla Tab. O shell completará o nome firefox para você. Funciona para comandos, nomes de pacotes e pastas.
  • Setas para Cima e para Baixo: Pressione a seta para cima no teclado para ver o último comando que você digitou. Pressione de novo para ver o anterior. Isso economiza muito tempo.
  • O “Perigo” do Copiar e Colar: Recebemos mensagens de leitores que quebraram o sistema copiando comandos de fóruns aleatórios. Sempre entenda o que um comando faz antes de rodá-lo com sudo. Em especial, fuja de qualquer comando que contenha rm -rf.
  • O Salvador do APT: Se uma instalação no Ubuntu/Debian falhar no meio, às vezes o sistema fica “travado”. O comando que costuma salvar nossa pele é: sudo apt –fix-broken install.

Solução de Problemas Comuns

Em nossos testes, alguns erros são muito comuns para quem está começando.

“Erro: ‘pacote não encontrado’ (package not found)”

  • Causa provável: Erro de digitação. O Linux diferencia maiúsculas de minúsculas. Vlc é diferente de vlc. Quase sempre, os nomes dos pacotes são em letras minúsculas.
  • Solução: Verifique o nome e use o comando de busca (ex: apt search [termo]).

“Erro: ‘permissão negada’ (permission denied)”

  • Causa provável: Você esqueceu de usar o sudo.
  • Solução: Repita o comando, mas coloque sudo no início.

“Erro: ‘Não foi possível obter trava’ (E: Could not get lock)”

  • Causa provável: Nós vemos muito isso. Significa que outro programa já está usando o gerenciador de pacotes.
  • Solução: Provavelmente sua “Loja de Apps” gráfica está aberta ou uma atualização automática está rodando em segundo plano. Feche a loja, espere alguns minutos e tente de novo. Em último caso, reiniciar o computador resolve 99% das vezes.

Conclusão

A tela preta não é, e nunca foi, um bicho-papão. Na verdade, ela é a ferramenta mais transparente, rápida e honesta do seu sistema.

Como nós vimos, como instalar app pelo terminal Linux não é um processo arcano. É um método lógico: você atualiza o cardápio (update), pede o prato (install) e o sistema cuida de todo o resto.

Em nossa experiência, depois que você se acostuma com a velocidade de um sudo apt install, você passa a sentir preguiça de abrir lojas de aplicativos gráficas.

Esperamos que este guia tenha removido o medo e mostrado o poder que está, literalmente, na ponta dos seus dedos.

Perguntas Frequentes

É seguro instalar apps pelo terminal?

H3: É seguro instalar apps pelo terminal? Sim. Em nossa opinião, é o método mais seguro de instalar software. Quando você usa apt, dnf ou pacman, você está baixando programas dos repositórios oficiais da sua distribuição. São pacotes verificados e auditados pela comunidade. É muito mais seguro do que baixar um arquivo .exe de um site aleatório.

O que é melhor: APT, DNF ou Pacman?

É como perguntar qual o melhor time de futebol. Todos são excelentes e fazem a mesma coisa. O APT (Ubuntu/Debian) é considerado muito estável e amigável. O DNF (Fedora) é ótimo em lidar com dependências complexas. O Pacman (Arch) é famoso por ser absurdamente rápido. Nós recomendamos usar o que vem na sua distribuição.

O que significa o erro “pacote não encontrado”?

Geralmente, isso acontece por dois motivos que sempre checamos: 1) Um erro de digitação (lembre-se que o terminal diferencia maiúsculas de minúsculas) ou 2) Você esqueceu de atualizar o “cardápio” de pacotes. Tente rodar sudo apt update (ou o equivalente da sua distro) antes de instalar novamente.

Preciso de internet para instalar apps pelo terminal?

Sim, quase sempre. O comando de instalação (como apt install) precisa acessar os repositórios online (os “depósitos” de software) para baixar o pacote e todas as suas dependências. A instalação em si é local, mas o download prévio é essencial.

Posso quebrar meu sistema usando o terminal?

Para instalar aplicativos usando os comandos que mostramos (install, update, search), o risco é praticamente zero. O sistema tem travas de segurança. O perigo no terminal mora em comandos de exclusão (rm) ou alteração de permissões (chmod) que você não entende, especialmente combinados com sudo. Para o gerenciamento de pacotes, fique tranquilo.

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